sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Bola pra frente.

Por : Fábio Nascimento

Meu pai, mais conhecido como "seu" Wellington nunca foi muito fã de esporte. Mesmo assim, sempre fez questão que os filhos praticassem alguma atividade esportiva, mais que isso, sempre nos levou ao estádio para acompanhar o esporte bretão.

Lembro-me que a primeira vez que fui a um estadio, morávamos em Aracaju. A partida envolvia Sergipe e Flamengo, que se enfrentavam amistosamente no Batistão. O rubro-negro carioca recheado de craques venceu com facilidade o time sergipano. 3x0.

Algum tempo depois fomos para Salvador, ele como bom torcedor do Vitória levou-me a Fonte Nova para assistir a partida que definiria a minha escolha clubística. O jogo em questão foi Vitória 2x1 Catuense,  pela fase final do baianão de 1985. Com o resultado, o Leão se tornou campeão estadual depois de 5 anos de fila, provavelmente nunca mais verei uma festa tão grande quanto a daquele dia.

Depois dessa iniciação tornei-me um torcedor fanático, indo sempre aos jogos do Vitória na Fonte Nova e depois no Barradão.

Hoje faz 2 semanas que "seu" Wellington nos deixou. Percebi que nunca o havia agradecido por aqueles momentos inesquecíveis. Bateu um certo remorso, uma angústia, mas lembrei-me de uma frase em seu velório, do meu tio Tonhão, outro rubro-negro baiano, que sabiamente falou: " seu pai sempre teve muito orgulho dos filhos e sabia o quanto vocês o amavam, vamos seguir...bola pra frente".

Seguindo esse conselho, e após quase 3 meses, estou voltando a escrever sobre esportes (um dos orgulhos do meu "velho"),  sem nunca esquecer que tudo começou com "seu" Wellington me levando pela mão ao Batistão.

Bola pra frente.

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