"Voltei.
E voltei em dúvida: desço a lenha em Ricardinho ou no goleirinho? Começarei com o vigia da barra, mesmo achando que o verdadeiro responsável tem cabelos grisalhos, é metido a bem educado e estava do lado de fora do campo.
Escolho o goleiro porque estou com vontade de mudar o nome do meu filho caçula. Não estou conseguindo chamá-lo de Bruno. Da avenida Beberibe até em casa vim chamando o pirralho de pirralho. ‘Pirralho, quer comer alguma coisa?” ou “Vai tomar banho pirralho”. Se for chamar de Bruno vai ser pra mandar à puta que o pariu. E o bichinho não merece isso. Nem a mãe, uma verdadeira santa (apesar da gente ter chegado do jogo às nove horas e ela ainda não estar em casa).
Quando se está com raiva é preciso cuidado pra não perder o fio da meada.
Toda vez que Tiago Cardoso se machuca é esse deus-nos-acuda. Sem o paredão, não subimos em 2012. O esforçado Fred até que faz o trivial básico, mas não milagres. No ano anterior, suportamos as trapalhadas do mã0-de-lodo André Zuba, um rapaz que tinha tudo para ser bancário ou comerciante de secos & molhados, mas inventou de pegar no gol. Pior: no nosso gol.
Agora. esse tal de Bruno. É uma sina.
Mais do que sina, é bola cantada. Quando anunciaram a sua contratação, a primeira coisa que todos tricolores lembramos foi a imagem dele com bola passando por debaixo das pernas, num jogo do Palmeiras na Libertadores. Um peru clássico. Como se contrata um goleiro que se notabilizou por um frango? Goleiro tem que ficar conhecido por uma defesa arrojada, por uma saída corajosa, por um pênalti que espalmou. Ninguém contrata um atacante famoso por perder muitos gols.
E goleiro que papa frango não merece segunda chance. Essa frase é de Gerrá e eu a roubei para usar aqui.
Verdade se diga: Bruno vinha se esforçando para engolir uma bola desde o primeiro jogo. Só escapou porque Bileu, Léo Veloso e a zaga foram mais incompetentes que ele. Contra a Salgueiro, o inevitável aconteceu.
A insegurança do frangueiro é tão grande que a torcida, com um humor finíssimo, comemorava como se fosse gol toda vez que ele saía do gol e segurava a bola, sem socá-la desesperadamente. Quem estivesse do lado de fora, pensaria que estávamos vencendo de goleada.
Acabo de ler o que ele disse no fim do jogo (um elogio: ele se comportou com dignidade, dando entrevistas a torto e a direito enquanto escutava as vaias a que fazia juz) e concordo que a culpa não pode ser jogada só sobre seus ombros. Quem o escalou, o escalou errado. Pronto, eis minha deixa para descer o pau em Ricardinho. Aliás, não só em Ricardinho, mas na comissão técnica e nos diretores que contrataram um goleiro peba, um lote de atacantes hospitalizados e nenhum lateral que preste.
O Ricardinho é uma góga só. Fala bonito, com voz grossa e diz que é o principal responsável. E tem tudo para marcar época com o pior início de campeonato estadual da história recente do clube e pela mais estúpida substituição jamais feita em Pernambuco. Não lembro de uma reação tão instantânea e violenta dos torcedores como a que explodiu no exato instante em que acendeu o luminoso com o número de Biteco.
Numa tacada só, ele desmontou a organização no meio de campo, tirou o jogador que injetava tesão e aumentou a pressão sobre os que ficaram em campo.
Chamá-lo de”burro” foi pouco."
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